Este Minho encantador

Este Minho que é amor

Onde em noite de arraial

Reluz o oiro das’sipgas

Ao peito das raparigas

Numa graça sem igual!

 

Este Minho que é ternura,

Este Minho que é aventura

P’ra quem quiser saciar,

A sede da formosura

Numa fonte d’água pura

Que não cessa de jorrar

 

Este Minho onde tudo é meu!

Este Minho onde mais sou eu!

Este Minho onde levanto

A minha voz, quando canto,

Esta dádiva do céu!

Ai! Este Minho,

Este formoso jardim,

Onde há sempre uma flor,

Um cravo rubro, um amor,

A nascer dentro de mim!

 

Este Minho que é magia,

Este Minho que é poesia

Que apetece cantar!

Este Minho alegria

No calor da romaria

Ou no campo a labutar!

 

Este Minho que é fogueira

Ardendo a noite inteira

Em festa de S. João!

Este Minho, sol na eira,

Desfolhada, brincadeira,

Milho – rei no coração!

 

[Manuel Parada 1927-2007]

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